sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

BENGUELA

Para falar de Benguela não poderia deixar de referir que é conhecida também por cidade das acácias rubras. Este “nome” surge derivado ao facto de existirem em tempos uma quantidade significativa de acácias que, quando entravam em flor, esta tinha uma cor avermelhada, tendo sido essa a origem das acácias rubras. Actualmente ainda podemos assistir a esse espectáculo em alguns dos jardins existentes no interior da cidade.
Benguela, é a segunda cidade de Angola, quer pela sua razoável dimensão, quer pela importância geográfica no país. No entanto, o que mais realça aos olhos de um estrangeiro que visita ou vem para Benguela exercer a sua profissional é o seu planeamento urbanístico, geométrico, com quarteirões bem definidos o que facilita imenso a circulação e o conhecimento da cidade. Um exemplo de como tratar urbanisticamente uma cidade, e não posso deixar de realçar que este trabalho foi efectuado por antigos colonizadores oriundos de Portugal, que souberam implementar em Angola há muitas décadas atrás, algo que ainda hoje muitos não sabem fazer em Portugal. Para verificar esse facto, basta irem ao GoogleEarth e darem uma vista de olhos. O tipo de construção utilizada, e deixando para trás os bairros dos subúrbios de Benguela, foi também perfeitamente estudada, tendo na proximidade da praia, habitações de rés do chão, nomeadamente vivendas ficando os prédios que chegam a atingir os 6 andares para a zona mais interior da cidade. Nota-se portanto, que existiu a preocupação de proteger a zona franca da cidade, com a utilização de habitações que não provocassem um choque visual a quem visitasse a cidade. O local mais frequentado é, como não poderia deixar de ser á semelhança de muitas cidades por esse mundo fora, a praia de Benguela, conhecida como Praia Morena. Tem uma extensão bastante considerável, tendo junto a si um “calçadão” onde todos os dias se reúnem bastantes grupos de jovens para conversar, beber e divertir. A presença de pessoas a praticar desporto nesta área é também bastante visível, praticando atletismo ou simplesmente caminhando. Na praia, existe também um campo de voleibol de praia onde por vezes se assistem a alguns jogos interessantes disputados por grupos de amigos que aproveitam os finais de tarde por serem um pouco menos quentes, para dar ares da sua graça. Não tenho dúvida que existem por cá alguns executantes que dariam que falar. Mar adentro, são ainda visíveis alguns suportes do que terá sido em tempos um passadiço onde algumas pessoas atracavam os seus barcos de recreio.
Do lado contrário á praia, verificamos a existência de edifício governamentais, nomeadamente o Palácio do Governador, escolas, que mesmo com poucas condições, vão funcionando na medida do possível. Alguns palacetes e casas mais requintadas, actualmente em ruínas devem ter feito desta avenida o ex-líbris de Benguela.
Deixando este espaço de lazer e indo um pouco mais para o interior, encontramos o espaço de negócios. Um dos exemplos que os colonizadores deixaram por todo o país, foram os mercados municipais, todos com o mesmo tipo de arquitectura, e que se pode dizer, actualmente moderna. A existência de alguns hotéis, comércios, cafés e restaurantes, já começa a ter algum significado, o que mostra bem o desenvolvimento que tem havido neste país em escassos nove anos de paz. Bem, de maneira a não tornar os posts demasiados cansativos para os leitores, vou ficar por aqui, com a promessa de que não vai voltar a haver um período de tempo tão longo até ao próximo…
Já agora, a todos um bom ano de 2010!!!